O que é Convergência Digital?

Durante muito tempo os vários dispositivos para comunicação, entretenimento e computação, como o telefone, a televisão, o rádio, o aparelho de som, o computador e a calculadora eram concebidos e produzidos de forma que cada positivo era indissociável de sua função. Um dispositivo, como o telefone, possuía apenas uma função, que era cativa daquele dispositivo e nenhum outro dispositivo possuía.

Se você queria executar várias funções em comunicação, entretenimento e computação, você precisava usar vários dispositivos.

Hoje isto está mudando e, um smartphone, por exemplo, é um dispositivo que congrega diferentes funções de comunicação, entretenimento e computação, permitindo mensagens instantânes, email, visualização de filmes, filmagem, videoconferência e, claro, também serve para telefonar.

A este fenômeno, da migração de funções para um único dispositivo chamamos de Convergência Digital - CD: diferentes funcionalidades convergem para um único dispositivo. Na literatura, a CD é descrita como sendo um fenômeno que integra as indústrias de:
  • Comunicação,
  • Entretenimento e
  • Computação
Podemos classificar este fenômeno em:
  • Convergência sobre Dispositivos, gerando Dispositivos Multifunção: Dispositivos passam a oferecer mais de uma função. Ex.: Smartphone
  • Divergência de Plataformas: surgem Funções Multidispositivo: Uma mesma função passa a estar disponível em diferentes dispositivos. Ex.: Skype
O desafio da Convergência Digital não é mais o de se produzir plataformas convergentes, estas existem. O desafio é sistematizar e tornar eficiente o processo de concepção e produção de aplicações e conteúdo multidispositivo.
 
Assim, para começar a entender sistematicamente estas utilizações inovadoras de dispositivos, é necessário criar-se orientações/diretrizes de usabilidade para o desenvolvimento de sistemas de software multi-dispositivo considerando várias formas inovadoras de interação.

O primeiro passo é classificarmos televisão ou outro conteúdo audiovisual que seja estendido através de interatividade como software e não mais como filme ou vídeo. Isto é essencial, pois produzir televisão, com o advento da televisão digital interativa, passou a ser sinônimo de produzir software. Isto é ainda mais importante no domínio do desenvolvimento multi-dispositivo de conteúdo.

Atualmente, no que diz respeito a aplicações multi-dispositivo estamos ainda no período de inovação, experimentando diversas formas inovadoras de interação (através de gestos, etc.). em um cenário crescente de dispositivos digitais (iPads, telefones celulares, TV digital interativa, etc.). Na prática, atualmente, as empresas tem pressa em  trazer  aplicações  para novos dispositivos e, assim, criam soluções de forma ad hoc que, muitas vezes não consideram a experiência do usuário. Isto é em parte devido à falta de normas, orientações ou modelos de maturidade, que ainda não existem para este contexto especifico como estamos ainda no início deste movimento [D. Robinson. Multi-plataforma Interação Humano-Computador, em espaços de mídia convergente. Xxx].

No entanto, em geral, a área de IHC – Interação Humano Computador tem desenvolvido diversos padrões (tais como, ISO / IEC 9241), heurísticas e diretrizes para o desenvolvimento de aplicações desktop (como as 10 Heurísticas por Nielsen ou as 8 Regras de ouro por Shneiderman) e guias de estilo para web site (como, (PJ Lynch & Horton S. Web Style Guide, 3 ª edição: Princípios Básicos de Design para criar sites 3.ed. Yale University Press, 2009)), além de primeiras propostas focando em aspectos de acessibilidade pela  W3C. Porem, ainda não existe um conjunto de diretrizes ou modelo de maturidade especificamente direcionando a melhoria de processo de engenharia de usabilidade.