quarta-feira, 9 de março de 2011

Projeto de Tractografia permite maior interatividade e reduz risco de sequelas em cirurgias

De acordo com as principais publicações médicas, cerca de 21% dos pacientes que sofrem hemorragia por ruptura de um aneurisma e são levados à cirurgia desenvolvem sequelas. São deficiências por lesão cerebral como alterações da consciência, perda da linguagem, paralisia dos movimentos de metade do corpo e outras, menos frequentes. Esse é apenas um tipo de cirurgia realizada no cérebro que pode resultar em sequelas para o paciente, mas existem vários outros exemplos, como de tumores ou ainda de epilepsia. Por isso, são constantemente estudadas e desenvolvidas formas de amenizar essa probabilidade, como a criação de medicamentos e tecnologias as mais variadas.

Pensando nisso, o grupo de processamento de imagens do LAPIX, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desenvolve desde 2008 um projeto de Tractografia. Trata-se de um software capaz de, a partir de um exame de ressonância magnética específico, mostrar como os nervos estão organizados dentro do cérebro. Essa tecnologia pode ser aplicada durante cirurgias no cérebro, como nos exemplos citados anteriormente, pois permite uma melhor precisão e, por consequência, reduz os riscos de sequelas.




O diferencial da tecnologia que está sendo produzida na UFSC é a interação que o programa permite. Através dele é possível mover a imagem do cérebro e visualizar o conjunto de nervos que está em evidência naquele trecho específico. Existe também a possibilidade de visualização de gráficos interativos que mostram diversos índices. Assista ao vídeo abaixo para entender como funciona.



Esse nível de interatividade pode ser alcançado porque, para rodar o software, o computador usa a mesma placa de vídeo utilizada em jogos 3D. Quer dizer, a tecnologia da área de jogos, com gráficos avançados, foi aproveitada para a medicina.


Para 2011, o grupo, formado por Adiel Mittman e Tiago Nóbrega, estuda parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). A ideia é investir para usar a tecnologia no atendimento aos pacientes e também como pesquisa para continuar a desenvolver o software. Assim, pode-se chegar a um barateamento do custo da tecnologia, o que no futuro permitiria até a substituição dos softwares que acompanham as máquinas de ressonância magnética, que não tem tantos recursos e tem um preço elevado.